quinta-feira, 14 de agosto de 2008

CBSK LANÇA CAMPANHA DE CONCIENTIZAÇÃ DO PRO MODEL


CBSk lança campanha de conscientização da necessidade do Pro-Model

Com iniciativa do skatista profissional Alessandro McGregor, a CBSk está lançando a campanha A IMPORTÂNCIA DO PRO-MODEL, que tem como objetivo, a conscientização da necessidade do pro-model (modelo profissional) e combate aos shapes lisos (produtos sem aval de skatista profissional). A entidade recrimina todas as empresas que venham a fabricar produtos sem certificação de um skatista profissional.

'Quando o Alessandro McGregor entrou em contato e expôs a sua idéia e sua intenção, não pensamos duas vezes em apoiar a iniciativa. Apesar de a CBSk ser uma entidade de âmbito esportivo e não ser seu papel e nem nossa intenção interferir em assuntos relativos ao Mercado, entendemos que é nosso papel sim zelar pela boas condições de trabalho dos skatistas brasileiros. A mobilização em prol desta Campanha é importante também para que mais pessoas participem de ações que colaborem para os rumos do Skate no país e principalmente, que percebam que a responsabilidade é de cada um que vive de Skate e que a CBSk está aberta e disponível para parcerias desta natureza', explica Marcelo Santos, presidente da Confederação Brasileira de Skate.

A campanha A IMPORTÂNCIA DO PRO-MODEL conta com apoio de diversos skatistas e empresários, entre eles, Alexandre Vianna (revista CemporcentoSKATE), César Gyrão (revista Tribo Skate), Carlos Eduardo Dias (Drop Dead), César “Gordo” (skatista profissional e sócio da Matriz Skateshop), Daniel Atássio (Ambiente Skateshop), Marcus Cida (skatista profissional e sócio da Matriz Skateshop), Alex Carolino (skatista profissional), Carlos “Sabiá” (Anti Action), Guilherme “Gnomo” (skatista profissional), Tiago Moraes (revista +Soma).

A IMPORTÂNCIA DO PRO-MODEL

O PRO-MODEL (modelo profissional) é aquele produto vendido com o nome de um skatista profissional. O skatista participa do desenvolvimento dos produtos, sejam shapes, eixos, rodas, tênis, e até mesmo, peças de vestuário. Sua assinatura é o selo de qualidade, em que ele endossa tudo que for produzido com seu nome, e, é a garantia de que o consumidor está adquirindo mercadorias confiáveis.

Infelizmente, o mercado brasileiro de skate atual não oferece muitas opções de pro-models de shape. São pouquíssimas empresas que lançam models assinados, peça fundamental e que sofre grande desgaste durante a prática.

Pela briga de concorrência de mercado, algumas empresas buscam os preços mais baixos para conquistar o consumidor final. Para chegar aos valores, usam-se madeiras e resina de má qualidades, breve tempo de prensagem, insuficiente para colagem das laminas, e, o mais importante, não contam com a aprovação de skatistas profissionais.

Shapes de baixa qualidade retardam a evolução das manobras e aceleram a necessidade da compra de um novo. No balanço final, prevalece o ditado: o barato sai caro.

COMENTÁRIOS

“Sempre digo que shape liso é como CD pirata, só ganha quem vende mesmo, porque todo mundo perde, o governo, o mercado, e até mesmo quem compra, porque o produto é de baixa qualidade. Shape liso é tão ruim, que a pessoa que faz o shape não é nem capaz de por um nome para não queimar o nome da marca. E quem comprou, não tem pra quem reclamar da baixa qualidade do produto” - Alessandro McGregor, skatista profissional.

“Não teríamos ídolos, não teríamos arte... e não sería SKATE” - Christopher Beppler, diretor financeiro CBSk.

“Espero que o empresário se ligue cada vez mais que no final das contas, quem faz o mercado é o profissional que rala o tênis na lixa o dia todo e que representa as marcas. Esses profissionais dependem da comissão na venda dos shapes e precisam ser tratados como a ponta da pirâmide que tem como base o consumidor final. Acho que, se as marcas valorizam seus profissionais, isso fica claro para o consumidor que por sua vez vai valorizar ainda mais seus produtos. Não concordo com shapes lisos e não vendo em minha loja” - Daniel Atássio, skatista e proprietário da Ambiente Skateshop.

'Valorizar o skatísta profissional, dentro da máquina do mercado, é uma das chaves do crescimento de dois pilares: o consumo e o esporte. E os dois se puxam sempre. É só acompanhar a história do mercado de skate no mundo e perceber que os grandes picos de vendas e crescimento das empresas ao longo das décadas, estão sempre ligados a alguma 'Equipe de skatistas de destaque' que foi montada por um marketeiro estrategista. Bones Brigade, Plan B, Girl, éS, e no Brasil: Lifestyle no final da década de 80, Drop Dead nos anos 90, ou mais recentemente a Latex. As marcas fortes do nicho nada mais são do que o reflexo dos skatístas que vestem a camisa e assinam os produtos e campanhas da marca. Então modelos de shapes assinados, peças assinadas, são a base do sucesso de vendas. Muitos empresários me falam; 'eu não invisto tanto em equipe de skatístas e vendo da mesma maneira'. E o engraçado é que, na semana seguinte, esse mesmo empresário está reclamando que não cresce, que tem muita inadimplência, que o produto não sai da prateleira. Será que não é óbvio que uma coisa está ligada a outra? O skatista profissional é a base do mercado' - Alexandre Vianna, skatista profissional, jornalista, fotógrafo e editor da CemporcentoSKATE.

'Historicamente, o skate começou a se firmar e se estruturar quando os skatistas começaram a lançar seus pro-models, como aconteceu nos Estados Unidos com Tony Alva, Stacy Peralta, entre outros, no meio da década de 70, Steve Cabalero, Cristian Hosoi e Tony Hawk no começo dos anos 80. Esta forma foi que possibilitou os skatistas mais carismáticos a ganharem dinheiro e se motivarem a continuar treinando e elevando o nível do skate no mundo. Com isto, os fãs destes skatistas também foram incentivados a comprar os shapes de seus ídolos, o que aumentou as vendas das empresas que fabricavam os pro-models, que por sua vez, reinvestiram em mais eventos e turnês, patrocínio de skatistas amadores, anúncios em revistas e skate parks. Desta forma construiu-se um saudável ciclo no skate, que propagou pelo mundo, inclusive no Brasil. Ajudando-o a atingir o atual estágio de exposição na grande mídia, um considerável número de praticantes, pistas, campeonatos, revistas, vídeos etc. Quando alguém compra um shape liso, quebra toda esta corrente que os skatistas ajudaram a construir com muito sacrifício e luta durante décadas e está, a longo prazo, ajudando a matar o esporte/estilo de vida que tanto amamos. Também, os shapes lisos não tem boa qualidade e tem vida útil proporcional ao preço de venda. Portanto, quando se compra um shape liso, além de não estar contribuindo para o desenvolvimento do skate, está jogando dinheiro fora, pois com certeza, aquele produto não irá durar tanto quanto um assinado por um skatista profissional. Este sim teve todo trabalho de acompanhar a elaboração do shape para que não quebrasse facilmente, tivesse um bom concave e corte, ajudasse na execução das manobras, tivesse um desenho bonito e não manchasse o nome que ele teve tanto trabalho em popularizar. Por tudo isto, eu sou contra a fabricação e comercialização do shape liso. Se você ama realmente o skate, faça um investimento em você mesmo, gaste uns trocados a mais, porém compre um shape assinado por um skatista profissional!” - Ed Scander, skatista há 23 anos e diretor de esporte da CBSk.

“Depois de tantos anos de mercado, podemos observar que não existe milagre para o preço baixo, mas sim uma falta de caráter de alguns empresários, pois quando colocados todos os custos de matéria prima de alta qualidade, como as nossa, pagamento de fornecedores, funcionários, o preço não pode ser diferente do obtido. Com isso, acabamos encontrando diversas empresas que nem registro tem, ou seja, não pagam impostos, não pagam os funcionários, utilizam matéria prima de baixa qualidade e por conseqüência, não respeitam os atletas. Podemos ainda analisar o desrespeito com a qualidade de shape através da mistura de madeiras, resinas e outras matérias-primas que tem como objetivo 'fazer render' o custo e baixar o preço do produto, mascarando sua qualidade. Desde o inicio de nossa fabricação de shape, buscamos sempre deixar claro que nossos shapes eram SHAPES PROFISSIONAIS, ou seja, desenvolvidos com muita seriedade. Somos especialistas no que fazemos e para isso, sempre buscamos atletas conceituados para fazer parte de nossa equipe. Hoje, a Anti Action tem seis skatistas profissionais endossando o produto” - Carlos “Sabiá”, skatista profissional, fabricante de shapes (Anti Action e Represent).

“A valorização do pro-model é de extrema importância, porque representa o profissional e é ele quem está fazendo a fomentação principal do esporte. Ele que está no topo da pirâmide, servindo de exemplo para que novos skatistas apareçam e fortifiquem cada vez mais o skate” - Guilherme Gnomo, skatista profissional representante do comitê de street.

“O mercado do skate brasileiro atual se deve também pelo trabalho feito na década de 80, pelas marcas da época que cultivavam models assinados: Urgh!, Lifestyle, Nitro, H. Prol, Sims, Flywalk, etc. E, se hoje, as empresas não fabricarem pro-models, não construirão ídolos. O que será do mercado brasileiro no futuro, sem a herança histórica do culto ao profissionalismo? E, os skatistas profissionais precisam zelar pela reputação da categoria, pra não ser banalizada” - Sidney Arakaki, skatista profissional e jornalista (Retta Skate).

“Na minha opinião, o pro-model de peças de skate é importante quando ele é desenvolvido para impulsionar o mercado para um nível superior de qualidade e design. Mas, quando é feito apenas por razões financeiras, daí acho que pega mal para o mercado. Tem muitas empresas descomprometidas que fazem lixo e tem muitos skatistas medíocres que assinam o lixo pra fazerem dinheiro. Pra mim, o pro-model serve como motivação pra aprimorar o produto, porque em geral, o skatista consumidor é exigente no aspecto qualidade e design. Eu também posso dizer, que no caso da Crail, por exemplo, ele funciona como uma extensão da nossa comunicação com o consumidor final, além obviamente, de ser uma fonte de renda para o skatista profissional que assina o produto. Na Supa, valorizamos todos os profissionais que trabalham conosco, e com os skatistas, não poderia ser diferente. Cada colaborador aqui tem um importante papel na estrutura. O papel deles é crucial para manter as nossas marcas vivas na mente dos nossos clientes” - Sergio Bellinetti, fundador da Crail Trucks e proprietário da distribuidora Supa.

“Eu entendo, na real, que a questão não é só de ter ou não pro-model. Vai bem mais além. As marcas não só deixam de dar retorno para o skatista profissional, como também deixam de investir no próprio skate e todas as suas vertentes, atletas, lojas, eventos, produtos, etc. Essa concorrência desleal acaba prejudicando quem sempre investiu no skate! E aí, o que acontece? As marcas que fazem e respeitam o skate deixam de vender, perdem força para investir, ou seja, os papéis se invertem, o que chega a ser absurdo! No geral, é preciso mais profissionalismo por parte dos atletas. Não darem apoio à essas sub-marcas. Os lojistas não comprarem e por sua vez, o consumidor se conscientizar e não dar crédito também. Esse é meu ponto de vista” - Carlos Eduardo Dias (Drop Dead).

“Bom, na minha opinião, isso já devia ter sido feito faz tempo! Mas, também acho errado a marca lançar o model do cara e não pagar pela comissão de vendas, como imagino que aconteça! Pois sei também que vários profissionais trocam o salário que deveria ser pago em grana, por certa quantidade de shapes a mais. Assim como acontece com patrocínios de roupas. Outro ponto que pesa, é que na maioria dos casos, o fabricante de shape coloca alguns reais a mais no preço do pro-model. Sei que não é tão injusto! Mas na região Nordeste por exemplo, isso dificulta do consumidor comprar, já que é mais caro, mesmo que pouco. Daí, alguns lojistas preferem pegar shape sem ser pro-model. Portanto, acho que esse projeto deve ser bastante estudado para que ambas as partes sejam beneficiadas. Como disse, concordo com a organização e regulamentação desse assunto, mas tem que ser bem trabalhado. Algumas sugestões minhas:
- Model de shape com desenho desenvolvido e aprovado pelo skatista.
- Piso mínimo de comissão por shape vendido.
- De alguma forma a empresa deve provar que a quantidade de shapes é a mesma que repassa a comissão.
- Se a marca não produzir shape, se esse não for seu produto, não acho que deva se adaptar a esse custo a mais para eles. Pois acho que cada qual no seu cada qual.
Mas se o skatista e a empresa optarem por fazerem um esquema de salário direto, tipo, fazendo um acordo de valor independente do que venda a mais ou a menos o shape, também seria importante” - Júlio Detefon, skatista profissional e editor do Ôxe Skate Zine.

“Quando me profissionalizei como skatista, em 1991, tive meu modelo de shape lançado na mercado. Até hoje encontro pessoas por todo Brasil que comentam sobre este pro-model, dando as características de corte e desenho, lembrando que isso fazem 17 anos” - Fabio Schumacher, skatista profissional.

'Pior é que tem empresas que tem essa consciência e mesmo assim continuam vendendo shape liso. Aí é complicado, né! O cara sabe que pode colaborar pra melhorar com o mercado que ele mesmo vive reclamando e não faz! Tá amarrado?' - Jean Duarte, skatista profissional e proprietário da Sangbon Skateshop.

“A importância de ter um pro-model é criar um vínculo maior entre skatista e a marca que o patrocina, desenvolvendo um produto de qualidade e do jeito que o skatista gosta. Criamos assim ídolos e uma responsabilidade do próprio skatista, pois ele não vai querer seu nome num produto de má qualidade, combatendo produtos ruins no mercado, shapes lisos, shapes mal acabados. Criando uma evolução dos dois lados, tanto da marca, que buscou valorizar e fazer um produto bom, como também do skatista reconhecido e valorizado, fazendo com que outras marcas sigam o caminho mais vendável e lucrativo. Mas falta muita conscientização das duas partes. Hoje, tenho uma marca de shape (Vegetal) juntamente com outras pessoas. Na época que comecei, estava sem patrocínio de shape, mas meu patrocinador de roupas (Snoway) entrou para o mercado de shapes pra aproveitar meu vínculo e fortalecer a parceria. São projetos diferentes, onde busco uma valorização do mercado e dos próprios skatistas. A Snoway valoriza meu trabalho, e com a Vegetal quero poder contar com uma parceria com um skatista profissional em breve” - André Hiena, skatista profissional e sócio da Vegetal.

'Desde que eu comecei a andar de skate, me chamou atenção os nomes e os gráficos que tinham embaixo dos shapes. Rapidinho dá pra lembrar de nomes como Thronn, Beto or Die, Rui Moleque, que eram os models que tinham na época. E na época a gente não tinha tanta informação, e eu ficava viajando de como eram esses caras, como eles andavam, e aquilo me marcou e até hoje eu consigo lembrar. A maior preocupação que eu tenho com um model de shape, é que ele vai ser usado por um skatista que nem eu, que busca a qualidade e a evolução' - Cesar Gordo, skatista profissional e sócio da Matriz Skateshop.

'Falta no Brasil, as marcas criarem idolos. Isso só acontece, entre outras ações, fabricando produtos com assinatura do skatista. Lembro até hoje dos shapes que usava quando comecei a andar. Shapes do Leo Kakinho, Thronn, Xixo, entre outros. Hoje em dia grandes profissionais não tem model de shape. Muitos empresários acreditam que o nome do atleta não vende, que se botar o nome do atleta ou vender um shape liso é a mesma coisa. Isso acontece porque eles nunca andaram de skate, não sabem o quanto os moleques se espelham nos profissionas quando estão começando a andar. Hoje tem milhares de marcas de shape no mercado, marcas que a gente nunca viu, não sabe de quem é e que não patrocina ninguém. O cara vai lá, faz um shape tosco e bota com o preço lá embaixo. Isso só estraga o trabalho de marcas que investem, que pagam um salário para o skatista, que fazem tours, que tentam fazer o skate crescer . Ao invés das marcas tentarem melhorar os shapes com novas tecnologias, eles tentam achar uma forma para baixar o custo do shape. No final, acabamos andando com um shape pesado e fraco. A compra de produtos assinados por atletas ajuda muito no crescimento do mercado, skatistas e da marca. Isso vale para qualquer produto, não só o shape' - Rafael Russo, skatista profissional.

“O shape liso é uma falta de vergonha, onde o empresário só pensa no lucro dele e não paga o artista, muito menos o skatista que é quem faz tudo acontecer. Deveria vir com um $ em vez de liso” - Mauricio Cocão, skatista profissional e sócio proprietário da Terceiro Mundo Shop.

Mais comentários sobre a campanha no http://www.cbsk.com.br

Divulgação: CBSk

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